Olá! Todos nós vimos nos últimos dias a polêmica e os debates à respeito da legalidade ou não da prestação de serviços de transporte do Uber. Taxistas perseguindo motoristas, carros capotados, muita briga e confusão. Pois então. Não é sobre a confusão que quero falar neste artigo. Mas gostaria de fornecer uma visão empresarial sobre o que estou chamando de “Efeito UBER”.
O modelo de negócios atual
Para começar, vamos falar um pouco sobre o modelo de negócios atual: Os Taxistas. O serviço é caracterizado como serviço de transporte público, onde toda pessoa que desejar dirigir um taxi necessita de um conjunto de requisitos dentre eles, conseguir uma placa, uma autorização, fazer milhares de cadastros e pagar algumas taxas. Daí por diante, é só comprar o carro com desconto integral de IPI, pagar nada de impostos e manter sua licença ativa além de aferir o taxímetro periodicamente.
Os taxistas rodam a hora que querem, sem escala de revezamento, sem direcionamento do maior fluxo de demanda, sem um padrão de qualidade. Faça chuva ou faça sol, o ar condicionado nunca está funcionando, as portas sempre devem ser abertas pelo passageiro e se você sugerir que precisa usar o porta-malas a conta ainda sai mais caro.
Até vir uma empresa estrangeira e começar a cadastrar pessoas comuns que desejam ser motoristas particulares…
O modelo UBER
No Uber, o motorista tem de ter atestado de bons antecedentes, um carro no padrão Sedã com câmbio automático e bancos de couro, a cor do carro deve ser preta e além disto o profissional passa por treinamento e registra que exerce profissão remunerada na habilitação.
Aí o motorista ao chegar abre a porta de um carrão, carrega suas malas, pergunta se o ar condicionado está na temperatura adequada e a rádio é agradável. O cara te leva em segurança pelas ruas como todo serviço deveria ser prestado. Até que os taxistas descobrem que tem um “boi na linha” e agora ele compete com um serviço de qualidade infinitamente melhor e em preços similares aos seus.
A visão empresarial
Todo mundo sonha em ter um negócio do tipo “Oceano Azul” (onde você pode navegar tranquilamente, sem nenhuma concorrência ou risco). Mas no mundo conectado que vivemos, um modelo de negócios deve ser preparado para viver em um oceano vermelho e sobressair. O Uber trouxe uma ameaça para um modelo de negócios da economia formal. A empresa americana é só a primeira. Todos nós devemos sempre estar de olho na análise SWOT de nossos negócios, seja ele dirigir um taxi ou dirigir uma grande companhia. As ameaças estão aí e podem atingir em cheio o coração de seus negócios. É essencial que estejamos preparados para ela.
O Uber vem trazendo uma discussão sobre economia compartilhada, onde o governo terá cada vez menos ação sobre quem são seus atores e o mercado será o maior regulador das normas e regras. E os taxistas estão fazendo o dever de casa: Depois de inutilmente tentar brigar contra a concorrência, começam a ligar o ar condicionado, abrir a porta, se vestirem melhor e alguns já estão até trocando de carro.
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